Em 1937, José Firmiano de Souza, popularmente conhecido por ZÉ SALÃO, cujo ganhou esse apelido por gostar muito de festas. Comprador de ouro construiu um barracão onde ficava com a família durante o dia para comprar ouro das Minas de Marcelino, Beta, etc.
Permanecendo nesse local, ele adquiriu as terras de propriedade de um individuo chamado Marcelino, daí o nome do local ser chamado de Marcelino. Quanto à origem da mudança de nome do povoado para Novo Horizonte, há varias histórias a respeito, e como não ficou nada registrado, gera controvérsias, alguns, relatam que foi Belarmino que escolheu o nome, outros relatam que foi após a limpeza do local onde seria realizada a feira que ficou um belo horizonte, e assim escolheram o nome Novo Horizonte, o fato é que esse nome foi uma dádiva de Deus, por isso não encontramos explicação.
Na área onde ficava o barracão, Zé Salão, combinou com o genro Deocleciano Manoel dos Santos, popularmente conhecido por BÉU, de construir um comércio (nome dado aos povoados, naquela ocasião), inclusive orientando as pessoas para que construíssem as casas seguindo um alinhamento.
José Firmiano de Souza (Zé Salão) construiu sua casa, junto com a venda, (hoje onde se situa a casa de Cazuza), Deocleciano Manoel dos Santos (Béu), construiu a segunda casa do povoado (hoje onde se situa a pousada Joana, atualmente tendo como proprietário Nildo Prado).
João de Caneca, amigo de Zé Salão, construiu a terceira casa (atualmente onde se localiza a casa de Ana de Zezé). Outros amigos construíram varias outras casas, na praça citando alguns: Bilinha, Abílio Novaes, Marcolino, Coizinha Mendes, José Cornélio Lopes, Joaquim de Cota, Francisco Pereira, José Bernardes de Oliveira, José Araújo (ex-vereador), mais conhecido por Zé Baio, os três irmãos Manoel, Alcino, Aurélio e outros.
Com a consolidação do comércio (povoado), Zé Salão e Béu, criaram à feira semanal, na época as feiras eram sempre aos sábados (Ibitiara, Ibiajara, Seabra, etc.), portanto eles de comum acordo optaram pelo dia de Sexta-Feira, visto que se a feira fosse no sábado como nas demais localidades, não ia ter movimento, pois as pessoas não iriam deixar de ir aos locais mais movimentados para vir a um local onde estava apenas começando. A cavalo saíram Zé Salão no sentido Leste e Béu no sentido Oeste. Viajaram durante uma semana, avisando que Sexta Feira teria feira no então povoado Marcelino, garantindo que as mercadorias que não fossem vendidas, seriam adquiridas por Zé Salão, que eles não precisavam temer prejuízo. Não foi preciso tal atitude, visto que todos que foram à feira, conseguiram vender seus produtos, e ao contrário do que se temia, faltou mercadoria para atender a demanda, muito em parte facilitado, pela criatividade de escolher uma data que até então não havia feira em outra localidade.
Com o crescimento do povoado, surgiu à necessidade de se criar uma pensão, para atender, sobretudo os compradores de pedra, masquates e viajantes, e com isso José Salão, designou sua filha Honorina de Souza Santos, a criar a pensão. Pensão está que funcionou por 18 anos, e ao mesmo tempo que comandava a pensão, exercia sua profissão de costureira, encarregando seu genro Béu como responsável por executar o trabalho de pedreiro e de marcenaria, construindo, portas, janelas, (sendo responsável pela construção da maioria das janelas e portas das casas mais antigas), e utensílios de madeira utilizada no lar, como camas, armários, entre outros, construindo inclusive caixão para sepultamento, sendo que sua esposa Honorina, costurava também a mortalha, usada comumente nessa época.
Banco naquela época era raridade, portanto, Zé Salão, juntamente com sua esposa, ao mesmo tempo em que comandava a venda, oferecia pequenos empréstimos, e fornecia ainda utensílios comumente usados em casa, como, rapadura, carne seca, toucinho, querosene, lampião. Paralelos a isso, realizavam o comercio de ouro, já que naquela época o que era valorizado mesmo era o ouro, os cristais não tinham importância, só decorridos alguns anos, o cristal foi valorizado.
Consolidado o povoado, Zé Salão, percebeu a necessidade de se construir uma Igreja Católica, juntamente com Francelino Lopes de Oliveira (Seu França), e seu genro e companheiro Béu, juntamente com outros pedreiros, começaram a construção da igreja, que por não dispor de ferros naquela época, acabou por fechar os vãos das portas e janelas usando arueira.
José Firmiano em vida foi sempre um lutador, e destemido, um homem de visão, muito a frente de seu tempo, que sempre se preocupou em ajudar os mais necessitados, e projetando Novo Horizonte, como uma futura cidade, desde sua concepção, inclusive orientando às pessoas que começam a construir, que seguissem um alinhamento, que esse comercio logo ia se transformar em uma cidade. Quando surgia alguma novidade fora, e ele tomava conhecimento não pensava duas vezes e trazia para cá, foi assim quando ele trouxe a primeira vitrola (movida à corda), o primeiro rádio, etc. Não esquecendo de sua esposa, Georgina Barbosa da Silva, mais conhecida por DONA, que apesar de não possuir nenhum estudo, era uma mulher de negocio, que comandava com competência sua venda, e era respeitada e admirada por todos, nos tempos de grave crise, chegava a dividir uma rapadura em vários pedaços para ser repartida por todos, só para citar um de seus exemplos, era muito amada e querida por todos.
Em 13 de junho de 1989 através de um plebiscito, o município de Ibitiara foi dividido, e um novo município surgiu conhecido como Novo Horizonte, conforme Lei Estadual nº. 5020 de 13 de Junho de 1989.
O Município de Novo Horizonte fica a 553 km de Salvador, integra a Chapada Diamantina e os moradores sempre viveu da extração de riquezas minerais, sendo o ouro a primeira matéria prima explorada pela população.